nascido em tokyo, ayase kenma veio de uma família onde sua criatividade foi explorada desde o começo; seu pai trabalhava com artesanato de peças de ferro, incluindo projetos de ferreiro como katanas, espadas ninjas entre outras peças únicas enquanto que sua mãe trabalhava como confeiteira, produzindo doces ornamentais que pareciam obras de arte. o japonês cresceu se interessando por todo tipo de forma de arte artesanal graças aos seus pais e sempre se empolgou em aprender diferentes coisas, desde a profissão dos seus genitores como projetos que iam de cerâmica até mesmo origami; ele não era nenhum gênio se tratando de matérias escolares, mas fazia o seu melhor para não dar problemas para seus pais enquanto se mantinha na média, apenas queria se segurar na escola tempo o suficiente para se decidir que carreira artística tomaria quando chegasse sua maioridade.o grande golpe de sua vida viria pela primeira vez aos dez anos de idade quando seus pais optaram por se separar, com ele descobrindo depois que sua mãe abandonou a família para se mudar com o homem com quem ela traía seu pai. toda essa situação afetou demais o pequeno ayase que costumava ver seu pai que antes era tão gentil e alegre começar a ter pequenos lapsos depressivos, momentos onde a bebida levava o melhor dele e ele era obrigado a — com apenas 12 anos — tentar o carregar de volta para dentro da casa. como alguém poderia ser tão egoísta? ainda mais deixando duas crianças tão novas para trás?
durante anos, kenma passou a precisar amadurecer mais rapidamente do que gostaria, seu irmão mais novo precisava de um modelo e aquele pai que ele sempre se orgulhou de ter como o seu, já não era mais quem ele gostaria que fosse. chegava em casa da escola e preparava almoços e jantares deliciosos para sua família, cuidava da ressaca de seu pai por várias vezes, o ajudava a finalizar projetos além de começar sua própria lojinha pessoal para ajudar nas despesas da casa e tudo isso enquanto era obrigado a dizer “não posso”, “hoje não” ou “desculpa, mas não vai dar” para todos os convites de colegas de classe para se divertirem, irem em karaokês entre outras atividades.tudo isso fez com que o jovem kenma crescesse levemente afastado de amizades mais íntimas e verdadeiras, mas não por completo! apesar de tudo, ele se mantinha sempre sorridente, alegre e extremamente energético em suas atividades do dia a dia para tentar ser aquele pilar que segurava sua família junto, assim como mostrar para seus amigos que ele ainda estava lá para eles, ainda podia se divertir e ser uma pessoa que eles gostariam de ter ao seu lado. contudo, isso também veio ao custo de ele raramente conseguir se expressar verdadeiramente, expor seus medos, suas dificuldades, além do fato de que sua doce mãe ter desaparecido o fez por muitos anos ter certa dificuldade de confiança em seus relacionamentos, o que o levou a quase nunca conseguir manter um relacionamento sério.aos 16 anos, sua mãe voltou a tentar contato com a família, mas para ele já era tarde demais; ignorou as ligações, dizia que a odiava, que sua vida era melhor sem ela, mas sempre acabava chorando por horas todas as noites em que ele deixava as ligações caírem na caixa postal. aos 18 anos, no entanto, ele recebeu pelo correio um bolo artesanal que era impossível de não reconhecer por quem ele havia sido feito, uma carta, e como presente um omamori feito a mão por ela mesma com desenhos de gatinhos e os kanjis de “amor”. dentro, um fio de seu cabelo amarrado em um origami de gatinho que ele entregou para ela quando ainda era apenas uma criança. naquela noite, kenma chorou como se fosse uma criança, retornando pela primeira vez para a ideia de que ele podia ser aquela criança inocente que ele foi forçado a abandonar.aos 19, seu pai estava com uma ficha de sobriedade de 2 anos, já estava se relacionando novamente e podia cuidar novamente das coisas em casa então apesar de muito ser contrariado por seu irmão mais novo, ele partiu para a coreia do sul onde sabia que sua mãe estava. já não tinha mais o número dela ou formas de contato a distância que não fossem cartas, mas sua intenção era a reencontrar pessoalmente mesmo que ele ainda não soubesse como tudo iria ser ou o que deveria dizer. após chegar no país, passou um pouco mais de um ano trabalhando de diferentes formas para se manter e viajar já que o endereço que tinha já estava ultrapassado e agora ele realmente não sabia como reencontrar sua mãe. após um ano, finalmente chegou em busan; tinha o novo endereço, encontrou um emprego como artesão na loja the black cat, porém ainda tinha muito medo de se reencontrar com sua mãe e acabar vivendo novas decepções, mas ao mesmo tempo, agora vivia uma vida de incertezas e aventuras que poderiam ser tão amedrontadoras quanto eram empolgantes.